o gpt-4 chegou, nós também...💥
espelho, espelho meu, nós no meio, elon, o cruel, e muito mais.
partiu, doidão🚀
dia nacional do consumidor…uma justa homenagem
essa newsletter se presta não apenas a informar em seu seguimento, mas também tem a pretensão de fazê-lo de forma leve, com alguma dose de humor, quando cabível.
sempre que há uma oportunidade de se comentar algo com viés jurídico, mas que tenha uma bolinha levantada para o humor, fico feliz. nesse sentido, o procon é insuperável em termos de pauta, rivalizando apenas com elon, o treteiro.
nesse curto tempo de vida, não foram poucas as vezes nas quais o procon nos ajudou em termos de pauta, com suas intervenções “sei lá”…(não consigo definir as intervenções que foram pauta rs).
então vamos celebrar nosso paladino da luta consumerista, que não vê muita coisa errada que acomete o grosso da população, mas tanto se incomoda com filas de shows, ingressos que se esgotam rapidamente, carregador de iphone, e por aí vai.
mas, sejamos justos, no dia nacional do consumidor, devemos render nossas homenagens a todos as pessoas que trabalham para reequilibrar a balança das relações de consumo, muitas das quais ligadas ao procon.
espelho, espelho meu…
(assunto dos mais sérios)
a célebre frase da rainha má da fábula da branca de neve parece ditar um tanto de nossas vidas, ao menos socialmente.
quem nunca usou um filtro com orelhas e focinho de cachorro? eu já usei, assim como já usei outros tantos considerados “engraçados”.
nenhum problema.
mas destes, engraçadinhos, passamos aos filtros realistas, aqueles capazes de realizar “pequenos ajustes”, “correções” em nosso rosto, especialmente olhos, dentes, rugas, etc.
já aí a coisa começou a desandar. cirurgiões plásticos afirmam que cresceu exponencialmente o número de pessoas, especialmente jovens, buscando intervenções para ficar “como no filtro'“ (as fotos abaixo são de um caso real).
agora chegamos a um outro patamar, o dos filtros ultrarrealistas.
outros já haviam chamado atenção, mas nada como o maior expoente dessa nova geração, o bold glamour, que pode ser encontrado no tico teco.
segundo especialistas, o filtro é capaz de analisar as camadas mais profundas de pele do usuário, o formato dos ossos da face, gênero, etc, e então fazer os ajustes. e é aí que a polêmica esquenta: quando aplicado, ele faz muito mais do que mudar iluminação ou remover pequenas imperfeições. ele realmente altera os traços da pessoa, e os resultados são “assustadores”.
é mais do que evidente que o filtro produz e transmite padrões de beleza não realistas.
surge a questão: quem dita o que é bonito? há um único padrão a ser admirado? para ficar no menos grave, já existem inúmeros tutoriais de maquiagem na internet para emular os resultados do bold glamour.
já desde o surgimento dos realistas, um grande número de pessoas, especialmente jovens, passou a sofrer com sintomas do que ficou conhecido como snapchat dysmorphia, catalogada como parte de algo maior, body dysmorphic disorder (BDD). em resumo, é uma condição mental onde a pessoa não consegue aceitar sua própria aparência, muitas vezes levando a quadros graves de depressão.
vai muito além de uma brincadeira, não havendo nada de glamuroso nesses quadros. estamos vivendo uma ditadura dos filtros ultrarrealistas, e isso traz sérios riscos.
é preciso que fiquemos atentos à saúde mental da população, em especial dos jovens, bombardeados com tanta informação que são incapazes de processar, com padrões impostos de beleza inalcançáveis, tudo fruto de uma sociedade instagramavel.
puxa de lá, puxa de cá, e nós estamos no meio de uma guerra baseada em interesses políticos
tenho falado bastante aqui de regulação da internet, em especial dos pontos que tratam da responsabilidade dos provedores de conteúdo, hoje protegidos pelo princípio da inimputabilidade da rede.
acho fundamental que haja debate sobre os prós e contras de tudo aquilo que se quer regular, e a participação da população nesse debate é primordial. do contrário, seu (suposto) interesse será defendido por um parlamentar que foi eleito para te representar, mas não representa nada além de mesquinhos interesses pessoais, político-partidários.
prova disso é a bizarra situação que vivemos em relação à discussão da regulação da internet em terra brasilis.
de um lado, temos um projeto, de origem “conservadora”, que quer proibir os provedores de remover conteúdo, bloquear, suspender ou banir pessoas, sem que haja efetivo contraditório, ainda que o conteúdo postado seja evidentemente ilegal, mentiroso, etc (para ficar no menos grave).
de outro, estamos em fase final de elaboração de outro projeto, de origem “progressista”, que quer obrigar os provedores a ampliar sua atuação preventiva, removendo conteúdos infringentes sem qualquer provocação, por meio de seus algoritmos, dando a estes provedores, portanto, maior poder, do qual deriva maior responsabilidade. ou seja, se não atuar para remover, responderá pelo conteúdo. isso pode ser bastante limitante em relação a eventuais liberdades de expressão/informação. mas pode piorar, já que há um viés do projeto que defende a criação de uma comissão para dizer o que é ou não verdade, em algo que se assemelha muito à célebre “1984”, de George Orwell.
o que está acontecendo aqui não é novidade, também está acontecendo em outros locais do mundo.
na união europeia (já falamos disso), as big techs sofreram forte revés pela regulação imposta, bastante limitante e com forte responsabilidade.
meu ponto é simples: precisamos ser informados e, posteriormente, ouvidos. não aceito que me batam um carimbo qualquer de rótulo, razão pela qual me sinto no direito, informado, de discutir cada ponto dos projetos que podem mudar nosso dia a dia.
informação é poder, e é isso que eles não querem que você tenha 🤔.
rapaz, o bagulho é doido - saiu a nova versão do chatgpt, a gpt-4
para quem vive em nárnia, ou esteve em turismo em jupiter nos últimos meses, e não sabe do que estou falando, o chatgpt é o que há de mais avançado em termos de inteligência artificial enquanto modelo de linguagem.
é uma espécie de oráculo em forma de ia. você pergunta, ele responde. você pede, ele faz. quer criar uma estória? ele cria. uma música? moleza. uma conta? ele faz. redigir um e-mail? ele redige.
agora, sua desenvolvedora, a openai, acaba de lançar (sim, fresquinho, dia 14/03) a mais nova versão da ia, a gpt-4.
e, posso falar? bagulho é doido. está mais assertiva, menos repetitiva em termos de palavras e expressões, com respostas bem mais amplas.
ainda não tive tempo de aprofundar os testes, mas já adianto que fiquei sim impressionado com o que vi.
e reforço: pode ser uma tremenda ferramenta de auxílio a qualquer profissional, desde que este tenha repertório. é preciso saber perguntar corretamente, é preciso analisar as respostas e então desenvolver a troca, se necessária.
(disclaimer: eu já peguei a versão anterior em diversos erros, e os apontei. ela se desculpa e tenta fornecer a informação correta. mas várias vezes ela errou novamente. é por isso que eu digo que a pessoa que opera a ia tem de ter repertório).
quando não é o procon, é o elon
verdade seja dita, eu agradeço a ambos pelas pautas alcançadas.
para quem não se recorda, o rei das tretas, elon, o grande, adquiriu o twitter meses atrás, após uma batalha jurídica, sob o argumento de que gostaria que a rede voltasse a ser livre. ele discursou por aí falando que perfis não poderiam ser bloqueados ou banidos por qualquer questão de opinião.
logo que assumiu o passarinho azul, elon determinou que vários usuários banidos fossem trazidos de volta.
mas, ao que parece, elon prego uma coisa, mas faz outra.
chateado por ter notado uma diminuição nos views de seus tweets, elon confrontou um dos engenheiros chefes do twitter, que então lhe mostrou que não havia nada de errado com o algoritmo, mas apenas uma diminuição do interesse pelos posts do bilionário.
vixeeeeeeeeeeeeeeee, o chefão ficou pistola e demitiu o funcionário.
surpresa, ou não, de lá pra cá todo mundo reclama da quantidade de elons passando em sua timeline. vale lembrar que o bilionário tuitou, em 14 de fevereiro, que o algoritmo estava passando por ajustes.
a saída? já tem muita gente bloqueando elon. acho que é caso de chamar o procon.
sabe o que eu fiz? pedi ao chatgpt para fazer uma paródia com as duas peças. aí está:
“Pessoas cansadas dos tweets de Elon
Já não aguentam mais tanta confusão
Mas se ele exagerar na dose
O Procon tá pronto pra entrar em ação
Pois não é só no espaço que ele quer mandar
No Twitter ele quer se destacar
Mas se passar dos limites, é melhor se cuidar
O Procon não deixa barato, pode acreditar”
então é isso, por hoje é só.
Ps: todas as imagens foram retiradas do giphy.com