chega de alalaô...💥
estamos de volta, com a bagunça e provocação de sempre, mas agora em novo dia da semana: quinzenalmente, às quartas-feiras. simbora, povo lindo!
3, 2, 1, simbora… 🚀
“se você não está pagando pelo produto, você é o produto” 🤔
a frase acima foi, por muitos anos, quase que senso comum para se referir a vários serviços e aplicações na internet, em especial às redes sociais.
em linhas simples, quando você tem acesso a algo mas não está pagando por esse algo com 💵💵, você está remunerando o produto/serviço de uma ou duas maneiras: seus dados e/ou sua atenção, o que rende anunciantes.
é o que ficou conhecido como modelo freemium.
entretanto, com a pressão gerada em função de restrições relacionadas a dados e privacidade, além das pesadas multas aplicadas em especial na união europeia, parece que as redes sociais decidiram escancarar de vez que querem seu dindim 💵💵.
primeiro foi Elon, o treteiro, que decidiu cobrar pela verificação de perfis no twitter . a internet caiu de pau no polêmico ceo da tesla, mas a verdade é que muitas pessoas e empresas correram para pagar e ter seus perfis verificados.
não demorou e agora é a vez de tio Zuck fazer algo bastante semelhante (na verdade, tio zuck foi além): a meta vai cobrar pela verificação de perfis. ah, mas não é só isso. ao pagar pela verificação o usuário terá direito a serviços que você esperaria de graça 🤡, como proteção proativa contra fraudadores que tentam se passar por você e uma linha direta de contato com o suporte ao cliente quando você estiver com dificuldades técnicas.
pensa que acabou? nananinanão…
se você pagar os bidens que a meta irá cobrar por seu serviço “Verified”, você terá mais chances de outras pessoas encontrarem sua conta e postagens - porque os aplicativos da empresa irão classificar seu conteúdo em relação ao de outros usuários não pagantes.
é isso aí, era uma vez…
tiko e teko em maus lençóis no ocidente
depois da câmara e senado americanos, da união europeia, na última semana, agora foi a vez do canada determinar que todos seus funcionários deletem o tiko e teko de seus dispositivos, alegando que o app apresenta um inaceitável risco à segurança e privacidade.
todas essas determinações vêm após a própria empresa admitir, há cerca de um mês, já ter espionado jornalistas 👀👀.
sabemos que a crescente preocupação com privacidade e proteção de dados em países do ocidente não encontra nenhum paralelo no sistema chinês que, ao reverso, monitora os seus por meio de um polêmico programa denominado social credit score, em algo muito além do que foi imaginado por Orwell, em sua clássica obra 1984 🔭.
apesar de as determinações produzirem efeitos apenas em relação a dispositivos “não pessoais”, ou seja, de propriedade estatal, a ideia é que a ordem faça com que as pessoas reflitam sobre sua própria segurança ao usar o app.
essa crise não é de hoje, e é quase certo que alguém aqui do ocidente ainda vai aprovar uma lei para banir o aplicativo de modo geral ❌.
aí sim ninguém mais poderia baixar e/ou utilizar o app naquele local. seria uma perda inestimável para as dancinhas (eu mesmo já quase salvei minha filha umas três vezes, achando que ela estava tendo algum treco, mas era só uma dancinha 💃🏻).
é aguardar para ver como essa treta vai se desenrolar, então aproveita aí seu for you enquanto há tempo.
ah, meu, aí não, não é possível. beijo à distância❓
eu sou um entusiasta da tecnologia, ainda mais das disruptivas, mas tudo tem limite 😯.
que muitas pessoas se relacionam à distância, não é novidade alguma. que tais relacionamentos cresceram exponencialmente com o desenvolvimento da tecnologia, também não é nenhuma novidade.
mas um instituto chinês criou um dispositivo capaz de imitar um beijo real, aplicando pressão, movimento e temperatura dos lábios. o instituto diz ter criado a engenhoca para amantes de longa distância, visando comercializa-lo on-line.
tá achando que é zueira❓ dá uma olhada.
tem até vídeo mostrando brevemente a gerigonça em ação, só clicar aqui.
funciona assim: você e seu parça baixam um app, conectam a gerigonça no aparelho, e então “emparelham” com o parceiro (mas não como era feito antigamente, danadinho 🙃). o casal inicia uma videochamada e então, voilà, só beijar o…sei lá o que é isso.
detalhe: os usuários também podem “carregar” seus beijos no aplicativo para que outras pessoas baixem e experimentem.
espelho, danoninho, antebraço, tudo ultrapassado.
fico aqui pensando se usar um gadget desse aí caracteriza traição se você optasse por fazer um upload de sua beijoca ou então o download de beijoca alheia. e aí, coleguinhas do direito de família❓
do jeito que as coisas andam, até black mirror terá de ser reescrita.
o julgamento que pode mudar toda a internet está rolando na terra de tio sam
(deixo claro que isso não é um clickbait)
a suprema corte dos estados unidos está julgando um caso, gonzales v. google, cujo resultado pode mudar completamente a internet, gerando, inclusive, a quebra ou mudança de modelo de negócio de inúmeros prestadores de serviço, até mesmo gigantes como o google e a meta.
em resumo, o que se discute no caso é a manutenção, ou não, do que conhecemos aqui em terra brasilis como inimputabilidade da rede.
em outras palavras, se um amiguinho vai ao twitter e difama outro amiguinho, amiguinho número 1 pode ser responsabilizado, mas o twitter não.
é assim aqui no brasil (com algumas exceções), é assim lá na terra do tio sam.
mas, tanto cá quanto lá, as autoridades parecem amadurecer a ideia de que aquela internet lá de trás (a regra americana é de 1996, a brasileira de 2014) já não existe mais, e que essa norma precisa ser “reescrita”.
alguns chama isso de regulação da internet, apesar da gigantesca amplitude que essa expressão pode carregar.
mas, se isso já vem sendo discutido também aqui, por que raios o julgamento de lá é que pode mudar para sempre a internet?
por variadas razões, mas me apego aqui a apenas duas: 1. as maiores empresas de tecnologia do mundo estão lá, não cá; 2. os valores de indenizações praticados pelo judiciário americano são assustadores, a ponto de, efetivamente, obrigar uma empresa a repensar seu modelo de negócio.
o caso é tão grande, tão relevante, que uma das integrantes da suprema corte, juíza Elena Kagan, afirmou que o resultado poderia não ser rápido, já que os juízes ali “are not the nine greatest experts on the internet.”
eu já escrevi um post a respeito em meu perfil no instagram (para ver, clique aqui), e acho que, de fato, a inimputabilidade da rede precisa ser repensada. isso não significa responsabilizar as plataformas por absolutamente tudo que nelas é postado, mas os parâmetros de responsabilização devem ser alargados.
é direito, mas tá errado 💣
sabe o 🚀 que ilustra nosso título de abertura❓
você está navegando por uma rede social e encontra um post de um produtor de conteúdo tratando de um ativo financeiro. ele fala do ativo, mas não diz para você comprar ou não. o post é encerrado com o 🚀.
e daí❓
daí que uma pessoa que adquiriu o ativo acionou judicialmente o responsável pelo post afirmando ter sido levado a erro pela indicação, investindo no ativo e tendo severas perdas. o influenciador se defendeu afirmando que não havia feito nenhuma espécie de recomendação, o que não lhe traria responsabilidade.
pois o juiz acolheu os argumentos do autor da ação e o 🚀 foi compreendido como recomendação de investimento. como o autor do post não era agente de investimento, acabou sendo condenado a ressarcir os danos sofridos pelo investidor.
e aí, e se isso fosse em terra brasilis❓
então é isso, por hoje é só.
Ps: todas as imagens foram retiradas do giphy.com