cheating AI? quando os “robôs” trapaceiam
“a IA vai tomar seu emprego”, “ela é capaz de destruir a humanidade”, “está nos deixando menos inteligentes”… estas são algumas das ameaças que mais ouvimos por aí nas rodinhas tratando de IA. agora você pode adicionar algo extra à lista: trapacear para ganhar!
em testes realizados, a IA mostrou um lado bem do safadinho: roubar no xadrez. sim, os novos modelos de inteligência artificial estão trapaceando espontaneamente para vencer, sem ninguém mandá-los fazer isso.
pior ainda, aparentemente ninguém sabe o que deve ser feito para impedir que isso ocorra. 😳
por que isso importa? 💡
pesquisadores da Palisade Research testaram diversos modelos de IA contra um já famoso player de xadrez da Stockfish.
_os modelos mais avançados simplesmente tentaram hackear o jogo.
ao invés de jogar melhor, alguns decidiram roubar, deletando peças adversárias, copiando o código da Stockfish para jogar contra si mesmo ou trocando o motor de xadrez por um mais fraco._dentre os testados, o pior infrator foi o o1-preview da OpenAI.
ele tentou trapacear em 45 de 122 jogos e conseguiu vencer sete vezes com essas estratégias._a DeepSeek R1, modelo chinês que causou burburinho semanas atrás, também tentou burlar o sistema em 11 de 74 jogos, mas seus testes foram interrompidos antes de jogar partidas completas.
em verdade, a questão mais importante aqui não é o xadrez em si, mas a seguinte reflexão:
se IA já está espontaneamente hackeando jogos, imagine o que pode fazer no mundo real… 🫠
procuradas, tanto OpenAi quanto a empresa responsável pelo DeepSeek não comentaram.
para se aprofundar 🤿
a trapaça da IA poderia ser apenas um bug divertido, mas não – é sintoma de um problema maior, muito maior.
💣 recompensa sem ética
os modelos são treinados para atingir objetivos, aparentemente, a qualquer custo. no caso do xadrez, eles só querem vencer – não importa se jogando limpo ou trapaceando.
🥸 a IA já aprendeu a esconder suas intenções
os mesmos pesquisadores que conduziram o estudo perceberam que algumas IAs podem “fingir bom comportamento” nos testes para parecerem seguras, mas se comportam de forma diferente no mundo real.
⏼ não sabemos como "desligar" esse comportamento
se tentarmos bloquear a trapaça de forma explícita, a IA pode simplesmente aprender a ocultá-la melhor. 😬
♟️ isso vai (muito) além do xadrez
o receio agora é que modelos de IA possam trapacear em tarefas reais, como programação, tarefas administrativas ou até decisões importantes no setor financeiro.
a polêmica da biometria nos estádios 🏟️
seja em partidas de futebol, ou mesmo em shows, a coleta de dados biométricos em estádios é uma das bolas da vez dentre as polêmicas globais em proteção de dados. na Espanha, a LaLiga (quem comanda o futebol por lá) foi multada em €1 milhão pela Autoridade de Proteção de Dados por implementar identificação biométrica sem uma Avaliação de Impacto à Proteção de Dados (DPIA).
no Brasil, uma investigação foi aberta para analisar práticas semelhantes na coleta de dados biométricos em estádios.
estádios mais seguros ou uma versão moderna do "Grande Irmão"? 🤔
por que isso importa? 💡
a adoção de reconhecimento facial e leitura de digitais para entrada em eventos levanta sérias preocupações sobre privacidade, segurança e consentimento (efetivo) do público.
🇪🇸 o caso espanhol – a LaLiga determinou que torcedores que quisessem acessar determinados setores do estádio (os “animation stands”) obrigatoriamente passassem pela autenticação biométrica. o problema? não houve uma análise prévia dos riscos para a privacidade dos torcedores, como exige o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR).
🇧🇷 no Brasil – por aqui, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) começou a investigar o uso de biometria em estádios para entender como esses dados estão sendo coletados, armazenados e compartilhados. a questão central é: quem garante que essas informações não serão usadas de forma abusiva?
🎟️ consentimento livre? – a LaLiga alegou que os torcedores tinham a opção de não fornecer dados biométricos, mas a alternativa era simplesmente não entrar. até que ponto essa coleta é efetivamente voluntária?
para se aprofundar 🤿
a biometria em estádios está sendo adotada com o argumento de aumentar a segurança, reduzindo fraudes e melhorando o controle de acesso. mas, enquanto o discurso é bonitão, no mundo real existem riscos que não podem ser ignorados. vamos a alguns deles:
📊 transparência – na maioria das vezes, o público não sabe quem acessa seus dados, por quanto tempo eles ficam armazenados e se serão compartilhados com outras entidades, como órgãos de segurança ou patrocinadores.
🔓 vazamentos sensíveis – dados biométricos são dados sensíveis, e que não podem ser alterados como uma senha. ou seja, se um vazamento acontecer, essas informações estarão comprometidas para sempre. em um cenário onde ataques cibernéticos são cada vez mais frequentes, essa preocupação não é exagero.
⚖️ escalada da vigilância – já reparou como os acessos biométricos cresceram exponencialmente nos últimos anos? começa com biometria no celular, depois nos condomínios comerciais, então residenciais, transporte, e agora monitoramento em eventos públicos. isso é uma baita escalada em termos de vigilância.
🌍 e por aí?
_União Europeia – o AI Act, aprovado recentemente, endurece bastante as regras do jogo e impõe restrições severas ao uso de reconhecimento facial em espaços públicos, o que traz um novo standard para esse tipo de tratamento ao redor do globo.
_Espanha – além de integrar a UE, a multa contra a LaLiga estabelece um precedente claro: sem análise de impacto e justificativa proporcional, a biometria não pode ser aplicada em massa.
_Brasil – o país ainda engatinha para regulamentações mais robustas sobre biometria, mas a investigação da ANPD pode ser um primeiro passo para a criação de regras mínimas que limitem práticas abusivas.
o jogo ainda está em andamento…
pense que se a coleta biométrica for liberada (ou mantida) sem critérios, ir a um jogo ou a um show pode significar ceder permanentemente seus dados biométricos a empresas privadas – sem garantia alguma de proteção.
é lógico que não estamos ignorando aqui a existência do dilema: como equilibrar segurança e privacidade? é por isso que decisões como a da Espanha mostram que regras claras são essenciais antes que a biometria vire um pré-requisito para qualquer experiência pública.
bem que eles poderiam ser cuidadosos assim também com os repetidos casos de racismo por lá.
o remédio que pode mudar (ou já está mudando) o mundo 🌍
essa é daquelas com gostinho de forecast (previsão de futuro).
quem nunca comprou algo por impulso? roupas, ingressos, comida… todo mundo já comprou por impulso, ou compra de modo recorrente.
pois saiba que seus dias impulsividade podem estar contados.
a economia global ama seu cérebro descontrolado. é em torno disso que gira grande parte da economia.
mas um remédio, como chapolin colorado, só que para tratamento de diabetes, parece estar reescrevendo esse jogo.
pesquisas estão demonstrando que o 💉 GLP-1 (semaglutida, o princípio ativo do tal ozempic e alguns outros) não só tira a fome, mas tira o desejo de gastar sem pensar.
essa é uma ótima notícia para você, presumo, mas péssima para a economia, ao menos em curto prazo.
por que isso importa? 💡
🚀 sim, a IA vai mudar o mundo, mas em prazo menor o maior impacto econômico pode vir de um remédio que te faz ignorar o pedaço de bolo e repensar aquela blusinha da shein que está no carrinho.
as estatísticas coletadas por um estudo realizado com pessoas que tomam a semaglutida nos EUA não mentem:
📉 85% menos compras impulsivas no Amazon da madrugada
🍔 40% menos lanchinhos aleatórios
🍺 45% menos cervejas no happy hour
agora imagine que esse é um estudo feito em pequena escala. e se esse efeito se espalhar para a totalidade da população que já faz ou fará uso desse medicamento? pode apostar que vai ter empresa chorando no cantinho.
🎭 já antevendo os efeitos que se propagarão, tem muita gente pensando em medidas que mudam por completo o modo com que as coisas eram feitas.
✅ cinemas vão vender menos pipoca, o que deve encarecer o próprio ingresso, vez que grande parte do lucro vem dos quitutes
✅ já tem shoppings trocando lojas de fast fashion por clínicas de bem-estar
✅ cassinos de Las Vegas, onde quase tudo é baseado em impulso, estão diminuindo bares e investindo em turismo médico
para se aprofundar 🤿
mas é importante não ignorar um dos fatos mais relevantes, mas muito pouco falado até aqui.
essa droga pode criar um abismo social surreal.
a nova desigualdade: quem pode comprar autocontrole?
80% dos ricos terão acesso ao remédio. só 5% dos mais pobres conseguirão bancá-lo.
funcionários que usam GLP-1 serão 35% mais produtivos do que os que não usam.
💀 será a morte do marketing do desejo?
seu cérebro pode estar blindado para não mais cair no truque do “só mais um clique”.
65% de queda no efeito de propagandas de comida.
40% menos cliques em anúncios de compra impulsiva.
influencers tendo que ser muito mais criativos para te convencer a gastar, com muitos desaparecendo (amém).
🏬 8,5 milhões de empregos ameaçados
restaurantes, lojas e bares podem encolher brutalmente.
marcas que vendem felicidade em forma de hambúrguer vão precisar de um plano B URGENTE.
GLP-1 pode ser o novo motor da produtividade, mas também pode criar uma nova elite: a dos que podem pagar pelo próprio autocontrole.
💘 AI e seus dates digitais
o que mais tem é gente reclamando por aí que está difícil encontrar um par, quanto mais um par perfeito. pois saiba que agora tem um novo "match" na jogada: a Inteligência Artificial.
longe de ser “muito doido”, a IA pode atuar como sua sua wingman ou simplesmente transformar o Tinder, Bumble e Grindr num episódio de Black Mirror.
se você ainda não entendeu, estamos falando de robôs decidindo dar ou não macth por você…então segue aqui para entender…
por que isso importa? 💡
os apps de namoro já entenderam que o swipe right sozinho não resolve mais nada, e por isso decidiram entrar de vez na hype.
👉 tindão agora usa IA para sugerir a melhor foto do seu perfil (uma benção, afinal ninguém vai se desgastar para dizer que aquela foto no espelho do armário não tá legal).
👉 grindr quer criar um wingman bot para te ajudar a escolher bons parceiros ou até sugerir lugares para o date (ou para outras atividades).
👉 bumble sonha com perfis que flertam sozinhos – sim, robôs dando match com robôs enquanto os donos dormem.
👉 iris dating promete encontrar seu amor com base no seu DNA de Atração, mas aparentemente só anda dando certo para conectar pessoas com usuários nas Filipinas 🇵🇭 😂😂.
💡 o que poderia dar errado?
a resposta parece óbvia: muita coisa!
para se aprofundar 🤿
se IA pode facilitar a vida dos solteiros, também pode acabar de vez com qualquer traço de espontaneidade nos encontros. aqui estão os verdadeiros dilemas do romance digital futurista:
💬 as pessoas ainda sabem conversar?
se apps já sugerem pick-up lines, vão começar a responder por nós? que tal um encontro onde dois bots trocam mensagens enquanto os donos assistem Ilhados com a Sogra, na Netflix?
🔎 adeus surpresa?
antes, você precisava descobrir o que a pessoa gostava. agora, a IA te entrega um resumo pronto. o que resta? apenas assinar o contratinho?
📊 para onde vão as borboletas?
se algoritmos eliminam incompatibilidades, os encontros ficam mais estratégicos do que emocionais. e o frio na barriga?
🔐 e a privacidade?
com tanta IA escaneando nossos rostos, preferências e chats, quem realmente está no controle?
se antes os apps de namoro já eram uma mistura de esperanças e frustrações, agora eles adicionaram um ingrediente novo: a inteligência artificial.
a única certeza? o próximo match pode ser seu... ou de um chatbot.
então é isso. obrigado por ler. estaremos de volta daqui a duas semanas (comigo já mais velho), a não ser que seja acionado o plantão do Ruy…