#58 - tá babado!!!
big brother animal, pikachu vai pra guerra, e muito mais
cadastro nacional de pets: big brother ou protetor de patas?" 🐾📋
quem me acompanha há mais tempo sabe que nessa newsletter já tivemos uma seção dedicada à leis e projetos de lei um tanto quanto absurdos.
pois vale dar uma olhada mais de perto nesse projeto aprovado pelo senado federal…
no dia 26 de novembro, o senado aprovou um projeto que eu classificaria como “polêmico”: o cadastro nacional de animais domésticos. parece um avanço, certo? afinal, é difícil resistir a argumentos potentes como campanhas de vacinação mais eficazes, tutores mais responsáveis e pets felizes. mas, como tudo no Brasil, o diabo mora nos detalhes... ou, neste caso, na burocracia. 🐕🦺🐈⬛
por que isso importa? 💡
a proposta parece ter intenções nobres: combater abandonos, localizar animais perdidos e criar políticas públicas mais eficientes. mas, entre a boa intenção e a realidade, há um mar de desafios que faz qualquer dono de pet responsável ficar preocupado (e não por causa de pulgas). check it out…
privacidade em xeque: nome, CPF, endereço... será que o governo está criando um cadastro de pets ou um banquete para golpistas?
custo Brasil, versão pet: quem vai pagar por isso? o tutor, os municípios, o governo federal? provavelmente, todos nós.
burocracia nível Kafka: atualizar informações, reportar o óbito do Pituxo... prepare-se para longas filas virtuais e possíveis multas por esquecer de registrar a troca de coleira.
zoonoses rurais? não aqui: bovinos, suínos e outros animais da roça foram excluídos. afinal, a saúde pública deve ser mais urbana que Higienópolis e seus doguinhos, certo? 🤷
inovação à la pindorama: criar um sistema online acessível e funcional para todos os cantos do Brasil? se o eSocial serve de exemplo, melhor já adotar o bom e velho caderninho de anotações.
para se aprofundar: o cadastro é mesmo um avanço? 🤿
mais uma vez, a ideia soa meritória. lindo imaginar campanhas de vacinação mais organizadas, tutores irresponsáveis podendo ser rastreados e responsabilizados.
agora, vamos dar uma olhada no outro lado. como garantir que tutores em comunidades com menor poder aquisitivo ou menos instruídos consigam cumprir essa nova exigência? afinal, para quem já luta para vacinar o animal, criar um cadastro pode ser um luxo inalcançável. 🐾💸
além disso, quem garante que os dados dos tutores não serão usados para fins obscuros? um dia você cadastra seu gatinho, no outro recebe uma ligação oferecendo um plano funerário... para o gato. e não vamos esquecer do potencial de resistência: o brasileiro já não gosta de declarar imposto, imagina registrar o dog no site do governo?
e, sejamos honestos, você acredita mesmo que um tutor irresponsável, destes capazes de abandonar animais, faria o cadastro do bicho? cê tá de sacanagem se respondeu que sim 😂.
tenha santa paciência!
do jeito que aprovado, é mais um projeto que cai na armadilha da burocracia, excluindo justamente os que mais precisam.
aos tutores, resta a dúvida: será que vale a pena? porque, no ritmo em que vamos, até o Rex vai acabar tendo que justificar por que não declarou o ossinho de presente como patrimônio no imposto de renda. 🐕📊
pokémon go e o big brother: pikachu virou agente de guerra? 🤔📸
meu filho adorava esse jogo…vivia caçando pokémons…mas quem diria que aquele Squirtle capturado perto da padaria poderia, um dia, ajudar a construir um modelo de inteligência artificial com aplicações militares?
pois é, ao que parece os jogadores não estão sendo apenas treinadores dos monstrinhos: a Niantic, desenvolvedora do pokémon go, está transformando os dados coletados durante suas caçadas virtuais em algo chamado Large Geospatial Model (LGM). e, aparentemente, governos e militares já estão de olho nesse supermapa 3D do mundo. 🐾📡
por que isso importa? 💡
o LGM pode ser a próxima grande inovação no campo da tecnologia espacial, mas também levanta questões éticas gigantescas. aqui vão os pontos críticos:
da pokébola para o campo de batalha: o modelo geoespacial pode oferecer vantagens táticas significativas em cenários de guerra. se, por exemplo, um país em conflito tiver acesso a mapas detalhados, isso pode mudar o jogo (literalmente).
a ética ficou em Pallet Town? a Niantic reconhece as preocupações, mas admitir que governos e militares poderiam comprar a tecnologia já me parece um alerta vermelho.
jogadores inocentes ou coautores? quem diria que aquele passeio para capturar um Charmander estava, na verdade, mapeando a vizinhança para uma potencial aplicação militar? fica a pergunta: as pessoas estão jogando ou trabalhando como topógrafos?
para se aprofundar: onde isso pode dar? 🤿
a Niantic vende a ideia de que o LGM é parte de uma visão grandiosa de computação espacial. mas qual é o custo dessa "revolução"?
por enquanto, o modelo cobre principalmente América do Norte e Europa, mas imagine o que acontece quando o resto do mundo também estiver no radar.
e mais: como fica a privacidade? se os dados do LGM forem vendidos a governos, quem garante que essas informações não serão usadas para outros fins menos nobres?
a ideia de capturar um Caterpie para “ajudar a ciência” soa fofa, mas a possibilidade de que isso contribua para o desenvolvimento de mapas militares é um plot twist bastante desagradável.
no fim do dia, a Niantic precisa decidir se quer ser lembrada como a criadora de momentos mágicos para jogadores ou como a empresa que ajudou a construir a geopolítica do século 21 usando dados de quem só queria completar a Pokédex.
e aos jogadores resta a reflexão: será que ainda é divertido capturar Pikachu quando ele pode ser parte de um jogo muito mais perigoso? 🎮✨
TikTok sem filtros? como é que é isso? 📱✨
eu já falei bastante aqui sobre filtros e seus efeitos, em especial nos mais jovens. mas eu sou eu, um zé…rs
agora, quando a rede social mais popular entre jovens anuncia que quer “fomentar a autenticidade” ao restringir filtros de beleza, a pergunta que fica é: estamos presenciando um ato de responsabilidade social ou um golpe publicitário de bom mocismo?
por que isso importa? 💡
os filtros, que outro eram apenas para diversão (cachorro, coelho, cabelo colorido), agora enfrentam uma crescente onda de críticas por impactarem negativamente a autoestima e saúde mental, especialmente adolescentes.
sendo assim, as novas restrições do ticoteco parecem um passo na direção certa, mas o contexto levanta dúvidas importantes:
autenticidade ou controle? restringir filtros para menores de 18 anos é, sem dúvida, uma ação ousada. mas será suficiente em um ambiente onde filtros e padrões irreais são quase a moeda corrente, podendo ser construídos antes do upload?
educação sobre a ferramenta: explicar como os filtros funcionam é um avanço, melhor do que nada, mas será que um aviso realmente impedirá que adolescentes internalizem padrões estéticos irreais?
privacidade como pano de fundo: enquanto a plataforma promove essas mudanças, também enfrenta investigações por coleta de dados de menores no Brasil e outros países ao redor do globo.
para se aprofundar 🤿
o impacto dos filtros de beleza vai muito além da estética. pesquisas já apontaram a ligação entre redes sociais e transtornos como ansiedade, depressão e distúrbios alimentares, especialmente em adolescentes.
a Meta, do tio Zuck, já foi acusada de esconder estudos internos que revelavam o impacto negativo de suas plataformas. a diferença é que agora o app chinês tenta tomar a dianteira com medidas que, ao menos na superfície, soam como um esforço genuíno para criar um ambiente digital mais saudável.
a verdadeira batalha talvez não esteja apenas nos filtros, mas na construção de um espaço online onde a imperfeição não seja um tabu.
a saúde mental de adolescentes é um tema urgente (de todos nós, na verdade), mas a solução está longe de ser tão simples quanto remover filtros. precisamos de uma discussão mais ampla sobre os padrões digitais que estamos criando e o papel das plataformas na formação da próxima geração.
dica antes de partir: depois de ter indicado a série Disclaimer (mais pesadona), vou aproveitar o clima de festas para indicar uma bem levinha, mas que é mais profunda do que aparenta. "um espião infiltrado" (a man on the inside), da netflix. ela trata de um professor viúvo que ganha uma nova chance na vida ao ser contratado por uma detetive particular para se infiltrar em um complexo de idosos em São Francisco.
como eu disse, bem levinha, episódios curtos, muito fáceis de devorar.
mas o que eu mais gostei na série: ela fala principalmente de idosos e sua relação entre si e a vida, um tema normalmente carregado de clichês. mas não aqui. o elenco é majoritariamente de pessoas idosas, que dão um show de atuação.
não conto mais para não dar spoiler.
leva 🌟🌟🌟🌟
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